domingo, 16 de janeiro de 2011

Em pleno verão.


Em um pelo verão, a algum tempo atrás, eu estava a descer do carro, a avistar a praia, o mar, a felicidade e a vida profunda que a gente leva. Deixamos o carro na praia e entramos numa balsinha, pequena, pra ir à ilha. Eu, minhas fitinhas gravadas e a minha solidão estávamos na praia de uma ilha no estado de Santa Catarina. Não, não era Florianópolis. Era uma ilha cheia de pedras, com uma saudade e felicidade. Eu não estava sozinho. Meus pais estavam lá, mas como a minha solidão e minhas fitinhas gravadas estavam em plena consistência de mim mesmo, meus pais pareciam nem estarem lá. Antes mesmo de nós chegarmos ao estado de Santa Catarina, eu escrevi umas palavras no vidro do banco detrás do carro, no sentido sul. Escrevi do amor mais profundo que eu sentia, porém eu não conhecia a solidão a época. Era começo de 2010, vai fazer um ano agora em meados de março. Dentro desse carro, o vento e a chuva que caía bem devagar naquele momento foram apagando as palavras, e, pra passar o tempo, peguei um livro que levei junto de minhas coisas e fiquei lendo. Ainda não tínhamos chegado. Já na ilha, nós fomos para dentro do hotel, um hotel muito bonito, com vista panorâmica para Santa Catarina. Eu amei completamente tudo aquilo ali, como já era de se esperar. Subi ao meu quarto de hotel, me troquei, e, eu e minha solidão fomos andando pela ilha. Escrevi muitas poesias e músicas naqueles cinco dias que ficamos ali, um desses poemas até eu gostaria de publicar aqui no blog. Foram dias muito mágicos, que eu esqueci o sofrimento que eu sentia a época, mas comparando com o que eu sinto agora aquilo não era nem o começo de um sofrimento de infância. Pode parecer estranho para muitos, para mim não. Eu mudei demais de 2010 para 2011, eu cresci, saí de um relacionamento conturbado, com a pessoa que eu ainda amo até hoje, porém eu não aguentava mais aquele sofrimento todo. Saí de 2010 muito maduro, e acho que a primeira coisa que me fez mais maduro ainda foram aqueles cinco dias naquela ilha que eu esqueci o nome. Eu esqueci de todos os meus problemas, em pleno verão, naquela ilha magnífica que era. Poetizei como nunca poetizei na minha vida. Escrevi poesias maravilhosas, músicas maravilhosas, ouvi muito rock e muito metal, esqueci da Maysa e da Dolores Duran naqueles cinco dias. Infelizmente as sete fitinhas gravadas que eu tinha levado não eram de MPB, eram de rock e metal. Mesmo assim a presença delas estavam nos meus versos, estavam na minha mente, e nas palavras que eu escrevi no sentido norte, no vidro do banco detrás do carro, quando voltávamos ao Rio de Janeiro.

4 comentários:

  1. Seu blog táh de Parabéns

    Estou te seguindo

    Me segue e comenta o meu ?

    http://conectionrw.blogspot.com/

    Abraços

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  2. Gostei do texto e do blog! Só é um pouco difícil de ler, mas você escreve bem, :)

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  3. psé, estou curiosa agora, pra veer o tal poema :]
    vê se posta ele aqui meesmo *_*
    adoraria ver ;D
    beeijos ;*

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  4. Adorei, identifiquei com tua maneira de escrever.
    Abraço Apimentado, Cápsula de Pimenta

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